domingo, 24 de abril de 2016

O corpo vai bem obrigado, mas e a mente?

Bem, segunda postagem do ano, talvez seja a última, eu tenho vindo aqui raramente, ainda venho apenas porque a alma está cheia demais e existe uma necessidade de descarregar. Ufa! Já me sinto um pouco mais leve. O Meu Livro Aberto faz realmente jus ao nome, porque aqui é tudo sobre mim, sobre o que eu não deixo a mostra no dia a dia. Eu não sei se conseguiria despejar os meus sentimentos para quem quer que seja, talvez um psicólogo, e hoje aos 26 anos de idade, finalmente começo a amadurecer a ideia de me consultar com um profissional da saúde mental, é também aquela velha questão: "o corpo vai bem obrigado, mas e a mente?" Passo anualmente por check-ups, me reviro todo, mas e a minha mente, a quantas anda?  Estou como naquela musica da Pitty: 

A minha alma, nem me lembro mais em que esquina se perdeu.

Eu não estou focado, não estou criando, não estou fazendo absolutamente nada que eu possa ter orgulho, eu tenho estado apenas levando os dias pela rotina do "tenho que", aquela velha obrigação de sempre, nada mais do que isso. Diante desses fatos, as cortinas se abrem e então eu pergunto: estou com depressão? Então é isso mesmo, toda essa fúria, esse drama, parte então de uma doença mental? Não sei, eu sempre achei que na verdade eu sou aquele tipo de pessoa que atrai emoções e relacionamentos um pouco difíceis, astrologicamente falando seria a famosa Lua em Peixes. Será? 

Eu tenho muito autoconhecimento, nenhum problema que me ocorre, nenhuma crise de existencialismo me acomete sem que eu saiba o motivo, esse períodos em que me encontro nesse stand-by é um retiro, é um momento onde eu busco um meio de me situar novamente no meio disso tudo. Porém estou a um bom tempo assim e até hoje não encontrei uma resposta. O que me motiva? Aonde eu quero estar? Tudo o que eu quero hoje na verdade é encontrar uma forma de curar a minha alma, de poder ter um lugar para chamar de meu, busco a liberdade e antes de tudo a felicidade. 

Eu tenho tentado, nas quedas da vida a gente aprende, então por hoje eu não irei chorar pitangas e tentar achar o motivo pelo qual eu tenho passado por isso. Mesmo diante da calamidade há de existir algo ou alguma coisa para se tirar proveito. Eu acho que na verdade preciso encontrar um meio eficaz de canalizar as energias que eu absorvo. A minha energia é boa, mas a energia e o problema que eu capto dos outros é muito para mim, eu sou sim um imã de energias. Sou muito sensitivo, intuitivo, eu deveria ouvir mais o meu coração, coisa que não tenho feito.

Diante de eventos ruins e que marcam a minha trajetória, eu me questiono se o que ocorreu era necessário para que eu pudesse evoluir ou se nada mais era do que uma questão de ter insistido no erro. Acho que pode ser os dois. Se a queda é inevitável, que o levantar também seja, com todas as dores necessárias, todo o pesar, mas que a vontade de seguir adiante nunca acabe. Talvez esse otimismo é o que me distancia de um diagnóstico de depressão, pelo menos não uma depressão grave. Eu tenho esperança, eu vejo a vida com bons olhos e almejo o novo, o desconhecido, meu maior sonho é poder um dia despejar todas essas experiências, toda essa fome de expressão em algo que possa tocar corações, de forma que eu possa ser útil para aqueles, que como eu, sentem demais e que muitas vezes não têm com quem desabafar. Claro que isso viria de forma lúdica, ilustrações e textos, um livro, algo do tipo. ARTE.