sexta-feira, 2 de abril de 2010

Acordado

Eui adormeci pesadamente, estava cansado, tive um dia estressante. Mudanças de horário mexem muito com o meu humor. Eu caí na cama, pensei um pouco e simplesmente estava envolto num sonho que eu nem consigo lembrar.
Acordei e o computador estava ligado, a casa inteira nas trevas. Não havia sequer uma luz. Todos tinham ido dormir? Provalvelmente sim. Acordei me sentindo sujo e suado. Fui para o computador ver se achava alguma companhia naquela madrugada fria. Haviam algumas pessoas on-line. Perdidos no tempo como eu. Talvez também estavam ali por não ter nada melhor para fazer. Eu ainda tentei me manter na tela do monitor por alguns minutos, mas logo estava de volta na cama. Porque algo levantou em algum cômodo. Algo remexia, gemia e se arrastava. Seria minha tia preocupada pelo fato da minha prima estar fora de casa? Logo depois a porta da sala é aberta. Minha prima chegou. Desliguei o estabilizador, pois não queria esperar que o computador desligasse às sua maneiras. Ele é muito lerdo. Caso me pegassem on-line aquela hora seria um Deus nos acuda. Sim, porque tudo em casa é motivo para falatórios, então é melhor evitá-los.
Deitei frio na cama novamente e pensei. Pensei, pensei e pensei na minha solidão momentânea. Na minha saudade desesperada e na minha carência afetiva. Pensei no espelho, pensei na minha vida e pensei no meu futuro. Pensei nos meus sonhos. Antes de dormir pensamos e pensamos e quase nunca conseguimos acalmar esses pensamentos. Senti medo, senti fome, senti vontade de tomar um banho, afinal eu não tinha tomado. Mas eu não queria perturbar o sono leve da minha tia. Ela acorda com qualquer barulhinho. Me sinto fora do ninho aqui. E eu tenho que calcular meus passos e até mesmo o que eu vou dizer. De todos os lugares que já estive, esse é o melhor. Mas há coisas que realmente exigem paciência, como em qualquer lugar. Eu tenho experiência, porque já morei em tanta casa que eu nem me lembro mais. E meu coração? Anda batendo forte, muito forte. Por alguém que está distante, mas que eu sei que em alguns momentos lembra de mim. E não falo de antigos affeurs. Falo de um atual delírio, que por Deus, eu não gostaria que fosse um sonho, mas no fundo eu sei que é.

2 comentários:

steffany disse...

É por isso q quero fazer psicologia ...pra entender tudo isso q se passa com as pessoas.
Por mais q as coisas estejam indo bem, agente nunca escapa desse tipo de sentimento chamado “solidão”... é muito ruim agente depender de alguém de alguma forma..mas é importante ter esperança e confiar em si mesmo.
=*

Stephanie C. de Mello disse...

Odeio me sentir assim.
Entendo parte do que vc sente.
Mas é a vida. Infelizmente, ou felizmente.
Porque sabe-se lá, ela pode dar voltas. E te levar para algum lugar que valha a pena, mesmo em meio as trevas.