quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Medonho | Prólogo


Medonho é um fantasma um tanto "bonitinho", mas extremamente triste. Não é pra menos, ele sempre teve uma vida conturbadíssima desde a infância.
Cresceu num ambiente familiar problemático e sempre foi isolado e sombrio. Aos 15 anos se apaixonou por uma jovem bruxa e se tornaram grandes amigos. Porém o amor não correspondido se tornou a gota d'água em sua amargurada vida.
Um dia saiu de casa decidido a por um ponto final em toda a dor, antes escreveu um carta de despedida a sua amada, cujo nome não se sabe. Em seguida, se dirigiu a oficina de seu padrasto cruel e pegou todos os objetos que seriam necessários para tornar real seu plano suicida. Uma longa corda, uma âncora enferrujada e um carrinho de mão.
Colocou a corda e a âncora no carrinho e seguiu até a floresta das sombras, lá ele se dirigiu a um penhasco, amarrou a corda em um de seus pés, num nó cego, em seguida amarrou a outra ponta à âncora. Com extrema dificuldade, Medonho foi empurrando a âncora, que por fim caiu em direção ao lago gélido, lá embaixo. A corda foi se tornado cada vez mais curta, Medonho apenas esperava, as lágrimas percorrendo seu triste rosto, mas logo ele também estava caindo melancolicamente em direção a frieza mórbida do lago gélido.
Em queda livre não pensava em nada, só sentia o sabor trágico da morte lhe invadindo a boca. O impacto com a água foi realmente doloroso, a âncora ia avançando com rapidez até as profundezas. Com os braços estendidos e a cabeça erguida, Medonho via a luz se dissipando e a escuridão o envolvendo.
Com um baque seco, a âncora chegou ao fundo do lago. Medonho estava a 10 metros da superfície, as águas frias logo lhe invadiram os pulmões. Estava se afogando, os olhos arregalados de pavor, de repente se tornaram como vidro. Seu restos mortais permanecem lá até hoje, porém sua alma ainda vaga, implorando pelo descanço eterno, que nunca lhe mostrará a face.

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