quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sadness


Olá, aqui pra deixar mais um registro desse dia. Eu olho pra trás, lembrando de coisas que passaram, coisas que eu quero que fiquem bem guardadas. Muitos lêem isso daqui, e eu não me importo que saibam como é minha vida.
Resumidamente sou um garoto que respira arte, um garoto melancólico por natureza, não sou um poço de tristezas, porém eu admiro o que parece sombrio, triste e nebuloso. Na verdade eu nasci dessa forma.
Mas vamos pro que interessa, hoje depois de ouvir a música The wings, me deu vontade de chorar, mas eu segurei, e estou engasgado. Bem, ela me fez lembrar das tardes, do tempo curto, de um lago na escuridão. Das árvores, de guardas e supostos assaltantes, maconheiros e etc.
Lembra do primeiro dia? Sim, no dia 22 de dezembro de 2006? Aquela tarde inesquecível, meu coração disparado, a grama verde, meus amigos me esperando e vários dias se passaram no mesmo cenário, noites lindas, abraços que eu nunca terei.
Lembra do dia que choveu, e fomos correndo pra nos abrigar debaixo de uma ponte? E a chuva caindo no lago, os peixes lá embaixo?Me lembro do dia na árvore, se aquela árvore falasse, ela teria histórias incríveis pra contar, da vontade gritante de estar mais um pouco juntos, de pensar até mesmo em virar a noite, e um silêncio eterno e os patinhos nadando.
São tantos momentos que eu queria que soubesse que nunca vão morrer, eu nunca vou esquecer. Nada igual eu poderia viver. Eu lembro das noites juntos, das risadas e palhaçadas, das músicas do Coldplay. Oh, como eu queria parar ali mesmo, pra sempre. Lembra do cinema? Do Shrek 3? Da praça, das longas conversas? Em seguida íamos juntos pra casa e lá ficávamos até dar a hora de você partir, e você da janela do ônibus me dava tchau.
Muitas lembranças, e eu irei falar muito sobre aqueles tempos. Eu chorei muitas noites até me acostumar, mas hoje eu estou melhor. Bem melhor. Eu juro que tentei afogar esse sentimento, mas ele insiste em ficar pulsando dentro de mim. Se ele quer viver, então eu o deixo em paz.
E é realmente difícil domá-lo, às vezes me machuca, numa tentativa desesperada de não fazer com que ele morra. Esse sentimento, não quer ir embora, como os outros, aliás, os outros morreram muito fácil.
De uns tempos pra cá, eu percebi que na verdade eu sempre vou estar só, porque a vida me quer só. E eu não quero abrir as portas, pra depois ver meus monstros ferirem e despedaçarem outros corações e nesse momento, se tudo estivesse intacto, eu com certeza estaria mais feliz.
Mas se não tem ninguém aqui, eu me apego ao nada, e se não quero me abrir, eu fecho as portas, e permaneço trancado por horas, mas eu também não sou visível a olhos de qualquer pessoa.
Sou quase como um testrálio, criatura mágica, que só pode ser vista por pessoas que quase morreram, que viram a morte de perto. No meu caso, só pessoas muito semelhantes a mim podem me ver e consequentemente me ajudar. Eu não preciso de conselhos fracos, nem de palavras vazias. Por isso eu mesmo me ajudo, a única pessoa que me ajudou muito foi a Karol e minha mãe, elas sabem como me ajudar, elas sabem quais são as palavras certas.
Depressão? Não! Pelo menos não é o que consta no meu auto-diagnóstico. São apenas momentos que eu sei domar. O fato preocupante é que de uns tempos pra cá eu venho perdendo a vontade de estar aqui, eu perdi aquela força, estou ofegante, e eu estou tão novo pra me sentir assim. É que talvez as minhas decepções uma atrás da outra me fez ficar assim...e eu jamais seria capaz de atentar contra a minha própria vida, mas se eu não posso alcançar nada, mesmo lutando, se eu tenho que sufocar um sentimento, que insiste em viver...e eu vivo um dia após o outro, tentando alcançar meus sonhos, tentando me acostumar com essa solidão, que me acompanha, mesmo estando rodeado de pessoas. É inevitável, pra mim hoje, me sentir tão mal, diante de problemas, que pra muitos podem ser pequenos, mas que pra mim são difíceis de lidar.

"Então eu fecho os olhos, e espero por dias melhores. Sabendo que muitas coisas permanecerão intocadas e impossíveis, como esse sentimento que não quer morrer."

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